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VII domingo de Salicus

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No passado dia 25 de fevereiro, viveu-se a VII edição do Domingo SALICUS, desta vez, no Arciprestado de Amares e Terras de Bouro, no Santuário de São Bento da Porta Aberta, promovido pelo Departamento Arquidiocesano de Música Sacra de Braga, em coordenação com o Arciprestado de Amares e Terras de Bouro.

A palavra de abertura foi proferida pelo Pe. Juvenal Dinis, diretor do Departamento Arquidiocesano de Música Sacra de Braga e da Revista de Música Litúrgica – SALICUS, que abriu os trabalhos onde saudou os presentes e agradeceu ao Arciprestado de Amares e Terras de Bouro o acolhimento da iniciativa. Seguidamente, apresentou o Departamento, que tem como missão: delinear estratégias e promover iniciativas como esta, procurando ajudar a proporcionar a todas as celebrações litúrgicas a qualidade e dignidade que as mesmas exigem, preparando os intervenientes na liturgia: organistas, salmistas, cantores e diretores dos coros. Discernir quanto acontece nas comunidades cristãs neste âmbito, bem como acompanhar quanto se pretende executar em concertos ou celebrações especiais. Entre outras, estimular o uso dos órgãos de tubos, onde existem, promovendo o seu uso habitual. O Departamento tem ainda a seu encargo a publicação da Revista de Música Litúrgica – SALICUS (publicação bimestral) e a Separata (publicação anual), e a Escola Arquidiocesana de Música Litúrgica de Braga, sediada na residência paroquial de Real, Braga, que tem como diretor o Cón. Hermenegildo Faria. Mais informação pode ser encontrada no site: salicus.pt.

A primeira comunicação da tarde foi feita pelo Cón. Hermenegildo Faria, o qual começou por usar uma imagem do Céu pintada na Basílica de São Bento da Porta Aberta para falar do canto na celebração da Eucaristia. «Não há celebração nenhuma que não se cante. Nós cantamos porque no Céu se canta. Os habitantes do Céu cantam». Referiu ainda que: «a dança do Céu é a dança da roda, dança da comunhão e da fraternidade, da união dos corações».

De seguida, perguntou aos presentes: «O que se canta na Missa?» E respondeu: «tudo se pode cantar. O celebrante principal das ações litúrgicas pode logo começar a Missa por cantar os ritos iniciais. Podem cantar-se as orações, as leituras. Na Missa quase tudo pode ser cantado. Todavia, há momentos em que podemos cantar de forma especial, por exemplo, o “Santo”. No Missal Romano indica-se: “cantando numa só voz”. Se não podermos cantar mais nada, cantemos o “Santo”, o “Salmo Responsorial”. Os Salmos são poemas e são feitos para ser cantados». E, salientou: «na Missa cantamos tudo o que se pode. Cantamos para nos unirmos ao Céu. Se nós imaginássemos o Céu, imaginávamos uma reunião festiva. Ora, a linguagem da felicidade é o canto. Nós dizemos: “o Céu é a felicidade eterna”. É a linguagem própria de quem ama. “Cantar é rezar duas vezes”, diz Santo Agostinho. “Cantar dá mais força à Palavra”, ajuda a penetrar no coração, ajuda memorizar. Por isso, nós sabemos muitas frases da Sagrada Escritura de cor porque as cantamos, por exemplo, “O Senhor é meu Pastor nada me faltará”».

Terminado este momento de reflexão, fomos presenteados com um breve momento musical, pelas vozes do Coro de São Bento da Porta Aberta – com a partilha dos cânticos: “Não desprezeis o domingo”, da Separata 3-4, e “Com lâmpadas acesas”, Revista SALICUS 4, ambos com música de Hermenegildo Faria e harmonização de Eurico Carrapatoso.

Esta edição teve como ponto alto a Celebração da Eucaristia, do II Domingo da Quaresma, presidida pelo Pe. Juvenal Dinis, onde foi possível colocar em prática as palavras escutadas, através do canto, nos seus diversos graus de participação: os diálogos do celebrante principal com a resposta da assembleia, o canto salmo responsorial, do Santo e do Cordeiro de Deus, e os cânticos de entrada, comunhão, apresentação dos dons, a aclamação ao Evangelho. A homilia foi proferida pelo Cón. Hermenegildo, onde exortou os fiéis – partindo do Evangelho da Missa – a transfigurarem-se através do canto. Partindo da imagem da brancura das vestes de Jesus, falou da limpidez do canto na Missa, que, cantado com arte e com alma, pode «ajudar a comunidade a celebrar e a fazer a experiência do Céu».

Após a Eucaristia, tomou a palavra o Pe. Juvenal, partilhando com os presentes que «a celebração não é um espetáculo. Na celebração não agimos como “artistas de um espetáculo”. Somos parte integrante da celebração. O coro quando canta na missa tem a missão de ajudar a assembleia celebrar melhor. O cantor quando canta numa celebração não canta para sua exibição pessoal, mas canta para colocar uma assembleia a cantar e louvar o Senhor. O canto é fundamental na celebração. Alguém que canta na missa, é alguém que “procura qualificar a própria vida”».

Falando dos jovens, lembrou aos presentes as palavras do Papa Francisco na exortação Cristo Vive: os jovens «são o presente, estão a enriquece-lo com o seu contributo […] O canto pode ser um grande estímulo no percurso dos jovens». Por isso, exortou os presentes a acolher, a entusiasmar e a envolver os jovens nos grupos corais, pois estes podem ajudar com a sua juventude a renovar os grupos corais e a melhorarem muito a sua qualidade coral. Nunca como hoje tivemos tantos jovens músicos formados nas comunidades, precisamos de saber integrá-los mais na liturgia e envolvê-los.

Um bom cantor deve ser pontual, discreto, humilde, dedicado, não se deixar envaidecer, está ali a prestar um serviço, não para se envaidecer, mas para louvar e ajudar a que, juntamente com a comunidade, louvem todos o Senhor de uma forma bela e autêntica.

Concluindo, exortou os presentes de que o coro não pode sentir-se fora da assembleia, faz parte dela e tem como missão enriquecer e animar o canto do povo e criar espaços de descanso que fomentem a contemplação. Por exemplo, no momento da apresentação dos dons, o coro pode interpretar uma peça cantada só pelo coro, não o cântico de entrada ou de comunhão que deve ser cantado por toda a assembleia.

O ensaio feito para a liturgia já deve ser oração, preparando a celebração e planeando todos os pormenores, para que a celebração decorra com serenidade e sem ruídos, e seja, de facto, «a antecipação do Céu na terra».

Em seguida, escutámos o último momento musical pelas vozes do Grupo coral de São Bento da Porta Aberta, os cânticos: “Ave Maria, cheia de graça”, com música de Rui Paulo Teixeira, Revista SALICUS 9 e “Grandes coisas se dizem de vós, ó Virgem Maria”, com música de Hermenegildo Faria e harmonização de Jean-Pierre Leguay, da Revista SALICUS 5.

Por fim, o Presidente do Departamento Arquidiocesano de Música Sacra de Braga deixou uma palavra de gratidão a todos os presentes, ao grupo coral de São Bento da Porta Aberta que preparou os momentos musicais e ao Arciprestado de Amares e Terras de Bouro, nas pessoas do seu Arcipreste, Pe. Tiago Barbosa, e do vice-Arcipreste, Pe. Almerindo, e ao Reitor do Santuário de São Bento da Porta Aberta, Pe. António Loureiro.

A última palavra foi do Reitor do Santuário, Pe. António Loureiro, que também agradeceu a presença de todos os presentes e o momento de formação que se viveu.

Que estes encontros ajudem a melhorar a qualidade musical das celebrações litúrgicas.

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